A Polícia Civil do Ceará apura denúncias de que uma facção criminosa ligada ao Comando Vermelho estaria extorquindo comerciantes e prestadores de serviço no Centro de Fortaleza. Os alvos incluem vendedores de ouro, flanelinhas, ambulantes e profissionais do sexo. As cobranças, segundo testemunhas, variam de valores em dinheiro até gramas de ouro, dependendo do porte da atividade econômica. Em um dos casos investigados, um comerciante recebeu mensagens exigindo R$ 30 mil, sob ameaça de morte e incêndio ao seu estabelecimento.

As práticas foram descobertas durante a investigação do homicídio de Isaac de Carvalho Alves, morto a tiros em outubro de 2024. Segundo a Polícia, Isaac era responsável por recolher as taxas da facção na região. Uma testemunha relatou que profissionais do sexo pagam R$ 30 por dia, enquanto comerciantes de ouro entregam até três gramas por semana. O grupo seria comandado por Anderson Ricardo Lima da Rocha, conhecido como “Escobar”, atualmente foragido, possivelmente no exterior.

Apesar das denúncias, o secretário da Segurança Pública, Roberto Sá, afirmou não ter conhecimento expressivo do caso, mas garantiu que os registros feitos nas delegacias serão investigados com rigor. Ele também mencionou que os indicadores de crimes contra o patrimônio e contra a vida no Centro mostram tendência de queda. Segundo o secretário, a CDL teria sinalizado contentamento com o policiamento na área.