
A Polícia Federal prendeu temporariamente cinco pessoas investigadas por participação no envio de cocaína para o exterior a partir do Porto do Mucuripe, em Fortaleza. Entre os detidos estão um coordenador da Companhia Docas do Ceará (CDC) e um operador de câmeras de segurança terceirizado. A suspeita é de que ambos tenham contribuído para “contaminar” um contêiner com 435 kg de cocaína, apreendido no início de fevereiro, momentos antes de embarcar para Europa e Ásia.
O caso chamou atenção pela quebra de protocolo no embarque: um caminhão saiu do scanner da CDC e só chegou ao navio 12 minutos depois, tempo considerado anormal. Câmeras foram desligadas nesse intervalo. Um operador, ao perceber o desvio, alertou a direção e impediu que a carga fosse embarcada. Na nova checagem, os pacotes com cocaína foram encontrados misturados à cera de carnaúba. O navio seguiria para o Japão, com escala na França. A carga está avaliada em mais de 20 milhões de euros.
A operação Palma, que permanece em andamento, também resultou no bloqueio de cerca de R$ 1,4 milhão em bens dos investigados. Os envolvidos podem responder por tráfico internacional, associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A Companhia Docas afirmou colaborar com as investigações, mas não comentou a atuação dos empregados envolvidos.