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O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) marcou para o dia 6 de julho a primeira eleição suplementar do estado após o pleito de 2024, no município de Senador Sá. A votação foi convocada após a cassação dos mandatos do prefeito Bel Júnior (PP) e da vice-prefeita Profª. Maria (PP), condenados por abuso de poder político e econômico. Eles foram acusados de realizar showmício e distribuir brindes com recursos públicos durante o evento “Cavalgada do Bel”. A Corte ainda aguarda o referendo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para dar continuidade ao processo.

Além de Senador Sá, outros sete municípios cearenses podem passar por novas eleições devido a decisões judiciais em primeira e segunda instâncias que colocam em xeque a legalidade das últimas disputas municipais. Alto Santo, Santa Quitéria, Choró, Potiretama, Barbalha, Aurora e Barroquinha concentram casos que envolvem desde irregularidades administrativas até vínculos com facções criminosas. Em alguns desses casos, os gestores já foram afastados ou declarados inelegíveis.

Em Santa Quitéria, a Justiça apontou o envolvimento direto da chapa eleita com o Comando Vermelho, organização criminosa acusada de financiar a compra de votos e ameaçar adversários. Já em Choró, o prefeito Bebeto Queiroz (PSB) está foragido após ser alvo de mandado de prisão por liderar um esquema de captação ilícita de votos com recursos públicos desviados. Em Potiretama, o prefeito Luan Dantas (PP) foi preso e cassado por contratar servidores temporários de forma irregular e por supostamente mandar incendiar a casa de um adversário político.

Nos demais municípios, as ações tratam de abuso de poder político por meio da contratação de servidores sem concurso, distribuição de benefícios sociais e uso da máquina pública em favor de campanhas eleitorais. Em Barbalha, Aurora e Alto Santo, os prefeitos e vices foram cassados por práticas como doação de terrenos, aumento ilegal de despesas com pessoal e autopromoção com perfis institucionais. Todas as decisões ainda cabem recurso, e os gestores permanecem nos cargos até que os tribunais eleitorais julguem em definitivo.

Se confirmadas as cassações em todas as instâncias, o Ceará pode realizar até oito eleições suplementares nos próximos meses. A Justiça Eleitoral já se prepara para lidar com o aumento de demandas, enquanto partidos locais se mobilizam para novas disputas. O cenário reforça a importância do combate às práticas ilícitas durante os processos eleitorais e revela os efeitos de decisões judiciais cada vez mais rigorosas no enfrentamento à corrupção e à criminalidade política.