O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou pela segunda vez neste ano um aumento de tarifas sobre produtos brasileiros. No “tarifaço” do “Dia da Libertação”, como definido pelo mandatário americano, mercadorias brasileiras pagarão mais 10% em impostos para entrar no território norte-americano.
O Ceará, cuja economia depende fortemente da exportação de aço e alumínio, será diretamente afetado. Em 2024, o aço respondeu por 38% das exportações estaduais, sendo 80% destinadas aos EUA.
A decisão ocorre após o anúncio anterior de uma tarifa de 25% sobre aço e alumínio, o que já havia prejudicado a competitividade do setor siderúrgico cearense. Eldair Melo, mestre em Economia e membro do Corecon-CE, alerta que as novas taxas devem reduzir em pelo menos 20% as exportações locais. Alex Araújo, economista, destacou a necessidade de diversificação da pauta exportadora estadual, com foco em setores como agronegócio e produtos manufaturados.
Especialistas indicam que os efeitos mais intensos das tarifas devem ser percebidos no curto prazo, enquanto o setor busca se adaptar e ampliar mercados-alvo. Eldair Melo sugere que o Ceará invista em produtos siderúrgicos com maior valor agregado e explore novos parceiros comerciais. Até o momento, ArcelorMittal e Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) não se pronunciaram sobre a nova taxação.