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A venda de combustíveis em Fortaleza voltou a levantar suspeitas com a súbita uniformização do preço da gasolina comum. Na maior parte dos postos da capital, o litro é vendido a R$ 6,49, valor idêntico até nas casas decimais e encontrado por toda a cidade. A padronização dos preços deixa o consumidor sem margem de escolha e suscita dúvidas sobre a existência de livre concorrência no setor.

A coincidência, que vai além do razoável em um ambiente supostamente competitivo, não é inédita. Em 2023, o Decon fiscalizou cem postos e constatou que apenas cinco praticavam preços distintos.

O relatório foi enviado ao Gaeco, com indícios de cartel. Agora, em pleno feriado, a falta de variação volta a impactar motoristas, que encontram pouquíssimas alternativas — em dois casos isolados, os preços eram R$ 6,47.

Mesmo considerando reajustes recentes e pressões no mercado, a repetição exata dos valores entre dezenas de estabelecimentos acende o alerta. Cabe ao poder público, sobretudo aos órgãos de defesa do consumidor, garantir um mercado transparente e competitivo, onde práticas suspeitas sejam devidamente investigadas.