Lideranças do PT no Ceará enfrentam um cenário de tensão e reconfiguração, marcado pela disputa entre três campos políticos que buscam espaço nas estruturas estadual e municipal do partido. De um lado, a ala ligada à deputada federal Luizianne Lins sustenta posições mais à esquerda.

De outro, o grupo liderado pelo deputado José Guimarães, que lançou sua pré-candidatura ao Senado e aposta no apoio do ministro Camilo Santana. Um terceiro eixo, batizado de “popular”, reúne interlocutores do próprio Camilo, do prefeito José Sarto e do governador Elmano de Freitas, ainda que os três evitem participação direta no embate.

Apesar de ser o principal nome da legenda no Estado desde 2022, Camilo tem mantido distância formal das disputas internas, preferindo atuar por meio de aliados para evitar desgastes. A ausência de protagonismo explícito é interpretada como estratégia para contornar resistências históricas dentro da sigla, que permanece sob forte influência de Guimarães no âmbito estadual e sob controle fragmentado em Fortaleza, onde Luizianne ainda detém parte relevante da executiva municipal.

O campo “popular” tenta se firmar como uma nova força dentro da legenda, com a intenção de disputar os comandos estadual e municipal do partido. O grupo admite apoiar um nome de outra ala caso haja consenso, mas trabalha para ampliar sua presença nos espaços decisórios da legenda, aproveitando a recente ascensão de Elmano e a reeleição de Evandro Leitão para consolidar seu peso interno.