Durante a cerimônia em alusão aos 190 anos da Assembleia Legislativa do Ceará, o ex-prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), comentou os recentes atritos com o atual chefe do Executivo municipal, Evandro Leitão (PT). Para Sarto, divergências públicas fazem parte do processo democrático. “A democracia sobrevive do contraponto das ideias, dos projetos, das posições políticas. E é natural e é bom que seja assim”, afirmou, ao defender que hegemonias políticas inibem o debate e a evolução institucional.

Questionado sobre a revogação da Taxa do Lixo, instituída em sua gestão e encerrada por Evandro, Sarto sustentou que a cobrança tinha respaldo legal. “Há uma obrigação legal, inclusive a partir do marco do saneamento básico no Brasil. O que posso dizer é que deixei a Prefeitura com R$ 670 milhões em caixa”, disse o ex-prefeito, ressaltando que, apesar da pandemia, conseguiu elevar o PIB municipal e posicionar Fortaleza como a capital mais rica do Nordeste.

Às vésperas do aniversário de 299 anos da cidade, Sarto voltou a destacar os resultados obtidos em sua administração. “Recebemos a cidade com R$ 7,6 bilhões de arrecadação e entregamos com quase R$ 12 bilhões. Fortaleza ultrapassou Salvador e hoje tem a melhor educação pública do país”, afirmou, enfatizando ainda ações voltadas para juventude, infraestrutura e periferia.

Sem mencionar diretamente o atual prefeito, o pedetista também alfinetou ao citar obras de drenagem. “Nas mil ruas que calçamos com o tijolinho, nenhuma alagou. A Heráclito Graça, que era símbolo de alagamento todo inverno, agora não aparece mais na mídia com surfista ou tubarão. Disseram que não ia acabar, mas acabou”, finalizou.