Quatro meses após a posse, cinco prefeitos eleitos em 2024 já tiveram seus mandatos cassados no Ceará por decisões da Justiça Eleitoral. As ações, movidas principalmente pelo Ministério Público Eleitoral, apontam abusos de poder político e econômico, uso indevido da máquina pública e práticas como compra de votos. Apesar das decisões, todos os gestores seguem nos cargos enquanto recorrem às instâncias superiores.
Em Barroquinha, o prefeito Jaime Veras (PSD) e a vice Carmem Lúcia (PSD) tiveram os diplomas cassados por supostas irregularidades na aplicação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, incluindo desvio de recursos destinados a candidaturas negras. Em outra ação, o casal político também foi acusado de distribuir eletrodomésticos em troca de votos. Já em Senador Sá, o prefeito Bel Júnior (PP) e a vice Maria (PP) foram cassados por promoverem evento de campanha com abuso de poder político. A cassação foi confirmada duas vezes pelo TRE-CE, com imposição de inelegibilidade por oito anos.
Em Alto Santo, a Justiça Eleitoral determinou novas eleições após cassar o mandato do prefeito Joeni (PP) e da vice Genileuda (PT), por abuso de poder político. Em Barbalha, o prefeito Guilherme Saraiva (PT) e o vice Vevé Siqueira (PT) também foram cassados após denúncias de contratações ilegais, distribuição de benefícios e doação de terrenos durante o período eleitoral. Ambos aguardam julgamento de recurso no TRE.
Aurora completa a lista de municípios com prefeitos cassados. Marcone Tavares (PT) e a vice Glória Maria Ramos (PSB) foram acusados de utilizar maquinário público para fins eleitorais, ampliar programas sociais sem justificativa e inflar a folha de pagamento. O prefeito, que afirma ter sido surpreendido pela decisão, prometeu recorrer. Em todos os casos, as decisões ainda não são definitivas, mas indicam o alto nível de judicialização das eleições municipais no estado.